O sexo e as “nêgas”: Identidade da mulher negra deformada!
A série do famoso cineasta Miguel Falabella intitulada de “O
sexo e as nêgas”, que irá ser transmitida na TV em horário nobre, anda sendo
fortemente criticada em âmbito nacional. Isso porque inúmeros paradigmas
concernentes à dura trajetória vivida por mulheres negras ainda são
estereotipadas vulgarmente, o que faz alusão à perpetuação da banalização da
herança afrodescendente. Enquanto isso, milhares de mulheres de cunho
afrodescendente no país questionam-se: Por que não falar de mulheres negras bem
sucedidas? Será que só podemos ser representadas dessa forma para está na
mídia? Bem, questões como essas são importantes para uma reflexão a respeito da
ideologia midiática.
A imagem pejorativa da mulher negra ainda é infelizmente
desprezada o que retrocede aos períodos escravistas no qual escravas eram
produtos sexuais de seus senhores. Surgindo assim, as mais variadas expressões
taxadas de “inocentes” como: “morena da cor do pecado”, “mulher negra fogosa”,
entre tantas outras que utilizam de antecedentes históricos para justificar
atos segregacionistas como esse. Esse histórico não difere do contexto atual,
no qual há uma desconstrução a dignidade e respeito da mulher, que por sua vez,
sofrem execrações silenciosas em meio à sociedade.
Ainda há que argumente o motivo pelo qual tais programas são
transmitidos. Usando de contestação o destaque da negritude na TV. Retornando a
pergunta que foi feita anteriormente: Será que só podemos se representadas
dessa forma para está na mídia? Não! O que motiva a mídia a programas satíricos
como esse, é ganhar de certa forma com a submissão e a depreciação das tais.
Difícil mesmo é acreditar que com altos índices de violência sexual ainda
existente. É possível observar a apologia sexual capaz de influenciar de certo
modo, jovens de pouca instrução cultural. Tantos séculos já passados e
infelizmente o direito que deveria ser garantido é ridicularizado em esfera
nacional.
Mulheres essas tão importantes que assumem uma posição
matriarcal na família, e muito além, adotam altos postos sociais e
trabalhistas. Mulheres de dura trajetória histórica, que ainda sofrem com as
impunidades de cunho racial e lutam em prol de um verdadeiro destaque social,
onde a exploração e banalização da mulher negra seja de fato dizimadas.